Depois de vários anos de trabalho em pesquisa e extensão rural em Santa Catarina, a Epagri estabeleceu como recomendação para a melhores produções de leite o uso de algumas espécies de pastagens perenes de verão sobressemeadas no período do inverno. Nesse sistema realiza-se o manejo de forma rotacionada, preconizando-se a divisão da área de pasto em vários piquetes. Nesses piquetes são fornecidos alimento, água, sal mineral e sombra, visando o bem-estar animal, somando vantagens econômicas e ambientais.
Diferente da pastagem anual, a perene não precisa ser plantada todos os anos, o que reduz os custos. E como o solo não é revolvido, ele sofre menos com as chuvas intensas e o pisoteio dos animais, reduzindo a erosão e a compactação. Porém, apesar de serem mais resistentes às influencias do clima em relação as pastagens anuais, as espécies perenes ainda podem sofrer em condições extremas como a seca prolongada que tivemos recentemente em todo estado. Nesse caso, surge a irrigação como uma ferramenta para diminuir a insegurança frente as adversidades climáticas na produção de leite e forragens.
Com água disponível e um manejo adequado de adubação, pode-se obter uma boa pastagem durante todo o ano para as vacas em lactação, gerando uma grande vantagem competitiva. Uma opção eficiente para a irrigação de pastagens e que tem encontrado boa aceitação na região é o sistema de irrigação convencional semifixo de baixa pressão e vazão, também conhecido como sistema de aspersão em malha. O primeiro projeto desse tipo está sendo concluído em Papanduva na propriedade de Jorge Gmach e Zilézia Dagma Batista, e foi possível graças ao apoio financeiro do programa SC Rural e planejamento técnico-econômico do engenheiro-agrônomo André Yvan da Costa, do Escritório Municipal da Epagri de Papanduva.
Segundo André, a aspersão em malha tem-se destacado como uma alternativa viável de irrigação de pastagens devido a um diferencial em relação à aspersão convencional no seu dimensionamento, o que implica na redução dos custos de investimento e mão de obra operacional. Além disso, ele destaca que a irrigação é uma tecnologia muito interessante e com rápido retorno econômico para as propriedades leiteiras. Porém, a tomada de decisão para a sua utilização deve ser feita com cautela e respeito aos parâmetros técnicos. Para um bom manejo, é imprescindível conhecer as condições do solo, clima e planta de cada área a ser irrigada.
É importante ressaltar que para a instalação do sistema, a família contou com o apoio da Secretaria da Agricultura de Papanduva e da Samae, que contribuíram com a abertura de valas para colocação dos encanamentos. Maiores informações no escritório municipal da Epagri, empapanduva@epagri.sc.gov.br ou pelo telefone (47) 3647-0345.
Camila Pereira Croge
Engenheira-agrônoma e Extensionista Rural
Epagri Papanduva