A citricultura catarinense é datada desde a segunda metade do século passado. Foi nesse período que aconteceram as tentativas mais importantes de cultivo comercial de laranjas, tangerinas e limões no estado. No ano de 1975 a Acaresc – Associação de Crédito, Assistência Técnica e Extensão Rural de Santa Catarina, por iniciativas isoladas de agricultores familiares e parcerias com algumas empresas interessadas na cadeia produtiva de citros, implantou o Programa de Fruticultura Tropical (Profito). Esse projeto fomentava, além da implantação de outras fruteiras, a implantação de pomares comerciais de limão ‘Siciliano’ para extração de óleo essencial da casca.
Na atualidade, a Epagri continua com trabalhos voltados ao cultivo de citros, e aborda temas voltados a essa cadeia produtiva em capacitações para técnicos e empreendedores rurais, como a realizada no dia 04 de julho, em Mafra. Na ocasião, a temática abordada foi Citricultura de mesa voltada ao Planalto Norte, com destaque para tópicos como cultivares potenciais e tratos fitossanitários no pomar. Participaram da atividade extensionistas da Epagri das Regionais de Mafra e Canoinhas, funcionários da Cidasc e da Embrapa e demais profissionais interessados.
Na parte teórica, ministrada no período da manhã pelos engenheiros-agrônomos Luana Maro (pesquisadora da Estação Experimental da Epagri de Itajaí) e Thiago Romanholi Santiago (Cidasc) foram apresentadas as diversas cultivares com potencialidade produtiva na região e a legislação fitossanitária vigente para a citricultura. Já a parte pratica, realizada no período da tarde, contou com visita ao pomar comercial do Senhor Joaquim Lima, no qual são conduzidas diversas variedades de tangerinas e laranjas de mesa (sem sementes) testadas e validadas há alguns anos pela Embrapa de Canoinhas. A visita foi de extrema importância para a capacitação, isso porque possibilita o contato efetivo com o pomar e o entrosamento com o citricultor, sendo discutidos gargalos e potencialidades do sistema produtivo.
De acordo com a avaliação do Extensionista Rural e Coordenador de Projeto de Fruticultura da Epagri no Planalto Norte, Jânio José Seccon, o evento superou as expectativas e novas demandas na área de citros estão sendo consideradas. Além disso ele completa: “Temos potencial para aumentar a produção de citros de mesa no Planalto Norte Catarinense, o que possibilita, além da diversificação da propriedade rural, uma renda extra ao produtor familiar. Temos a possibilidade de iniciar uma inovação na citricultura catarinense!” A pesquisadora Luana Maro acrescenta que “é difícil encontrar um pomar com frutas de qualidade como este em Santa Catarina”.
Ires Cristina Ribeiro Oliari
Extensionista Rural – EM Epagri Monte Castelo
emmontecastelo@epagri.sc.gov.br