- Horta, pomar, minhocário, estufa de ervas medicinais, estação de captação de água da chuva e miniestação meteorológica são exemplos de que o trabalho conjunto entre alunos, pais, professores e comunidade rende resultados positivos
“Lugar de criança é na escola” seja na área urbana ou na rural como é o caso da EMEB Ver. Evaldo Steidel, de Saltinho do Canivete, que tem atividades cativantes para os alunos no contraturno. Informática, balé, atividades ligadas à natureza como produzir e cultivar uma horta, um minhocário, estufa de ervas medicinais e ainda aprender sobre utilização de recursos naturais como captação de água da chuva e irrigação.
Da escola para comunidade
Muitas ideias nascem a partir de uma necessidade, desta forma, procurando utilizar as áreas não ocupadas da escola, a diretora Luciana Steffens e os professores resolveram desenvolver algumas atividades. “Temos a colaboração de pais de alunos que são fundamentais para a continuidade das atividades”, declarou a diretora. Um exemplo é a preparação do terreno para instalação de duas caixas d’água (doadas pela Epagri) para captação de água da chuva, na qual um pai de aluno estava colaborando. Outra ação que envolve e auxilia a comunidade é a miniestação meteorológica com a qual se pode prever ou pelo menos perceber alterações nas condições climáticas de uma determinada região. Segundo a diretora, por intermédio do projeto Escola do Campo, cada comunidade vai ter um pluviômetro e por meio da leitura do mesmo, os alunos irão produzir gráficos e demais trabalhos relativos ao tema.
Horta
O professor de geografia, Zaqueu Hack, implantou a horta escolar com objetivo educacional em 2015, para alunos do 5º ao 9º ano, uma vez que a mesma já era uma prática tradicional. “A implantação se deu em três níveis: 1- escola como oportunidade de aprendizagem; 2 – projeto horta nas casas (concurso); 3 – comercialização (oferta, procura, mercado). Assim, o aluno participa desde a semeadura até colheita e destinação”, explicou o professor, que completou ainda dizendo que a escola é o campo amostral de estudo. “O mais importante é que o aluno se sinta parte do que está construindo”. Vale destacar que tudo o que é produzido na horta é utilizado pela escola para o lanche ou comercializado para a comunidade, e tudo o que é arrecado com a venda, é revertido à escola.
Concurso horta nas casas
Um assunto que repercutiu na comunidade foi o concurso “horta nas casas” realizado pela escola no ano passado, no qual o aluno participante criava uma horta em casa seguindo o regulamento para a montagem do canteiro – tamanho, altura, preparo, irrigação e ainda preenchimento de ficha de controle da horta. Houve premiação com troféus do 1º ao 6º lugar e medalhas de participação para todos os demais.
O aluno do 9º ano, João Carlos Buba, 13 anos, que ficou em 2º lugar, conta que aprendeu a plantar e gostou da atividade. “Fiz canteiros de repolho, alface, tomate e cebola. Colhi o que plantei, vendi um pouco e guardei o dinheiro”, contou, lembrando ainda que os prêmios oferecidos foram um bom incentivo para a participação. “Queria ganhar um prêmio e consegui. Ganhei um celular”.
Já Nicole Vanessa Schermanch, 11 anos, aluna do 6º ano, ficou em 3º lugar e ganhou um tablet. Plantou abobrinha, pepino, alface, pimentão, feijão de vagem, couve e morango. “Fiz vidros de conserva e vendi alguns”, disse. Nicole também gostou de participar e falou que aprendeu a cuidar das plantas para não terem pragas.
Outro aluno do 9º ano, Gilmar Franquette Junior, 17 anos, contou que aprendeu técnicas novas, jeitos de plantar, virar e adubar a terra. “Executei na prática o que aprendi na teoria”, explicou, contando ainda que seus pais o apoiaram. Plantou pepino, cebola, beterraba, alface e pimentão para consumo da família. Gilmar disse que vai comprar mais mudas para dar continuidade à horta.
A Secretária Municipal de Educação, Estela Maris Bergamini Machado, reitera que as atividades da escola vão além dos seus muros. Envolvem a comunidade escolar, propiciando reflexões e práticas em benefício do crescimento do aluno como ser ativo no meio em que vive. “Esta é uma das premissas de trabalho que a Secretaria desenvolve e apoia indistintamente. É muito importante educar o nosso aluno como o agente transformador da sociedade que queremos”, concluiu a Secretária.
A EMEB Ver. Evaldo Steidel conta com mais de 170 alunos eatende as comunidades de Saltinho Canivete, General Brito, Caillet, Corredeira, Estação Canivete, Lageadinho da Boa Vista, São João da Boa Vista e Fazenda Batatais.