Os
representantes da cadeia produtiva do tabaco e a delegação brasileira na
6ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Cop
6), realizada na Rússia, conseguiram melhorar o diálogo após dois dias de
audiências. O posicionamento da delegação é de que o crédito não tenha
restrições; que haja diversificação, mas sem prejudicar a área plantada; e que
os prejuízos ao meio ambiente não sejam atribuídos somente ao setor
tabacaleiro.
O prefeito de
Canoinhas e vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco
(Amprotabaco), Beto Faria, integra a comitiva que defende a cadeia produtiva e
comenta que após o pronunciamento da senadora gaúcha Ana Amélia Lemos e do
senador Casildo Maldaner, o diálogo ficou mais tranqüilo com a delegação
brasileira. De acordo com Faria, a presença de três prefeitos e três deputados
na comitiva que defende os produtores foi outro fator importante para que
a delegação brasileira ouvisse e compreendesse o posicionamento da comitiva. “A
reunião de ontem à noite foi muito proveitosa. Além de garantir as
reivindicações das entidades e da Amprotabaco quanto aos artigos 17 e 18, que
falam sobre a produção e produtores, a delegação entendeu a necessidade de
adequar a produção ao consumo e não o inverso”, contou o prefeito na manhã
desta quinta-feira,16.
Em matéria
publicada no site do jornal gaúcho Folha do Mate, o jornalista Guilherme
Siebeneichler, que está na Rússia junto com os sindicatos e associações que
defendem a cadeia produtiva do tabaco, relata que a delegação se propôs a ouvir
mais os produtores buscando “ ter um documento de diversificação mais coerente
e que permita gerar renda aos agricultores, sem deixar de lado uma política
para controle do tabagismo”, escreveu o repórter do Folha, contando ainda que
mesmo ampliando os debates com os representantes do tabaco, o chefe da
delegação brasileira, Carlos Cuenca, lembrou que todos os membros da
convenção irão analisar os artigos 17 e 18 do documento final da Cop 6. “São
diretrizes, isso quer dizer, não são obrigações legais; porém, servem de
embasamento para proporcionar programas que possam ajudar na diminuição do
cigarro no mundo. Vamos trabalhar com consenso, buscando não prejudicar o setor
e nem proporcionar medidas para diminuir o consumo de tabaco”, disse Cuenca ao
repórter da Folha do Mate.
Para o
presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano
Werner, o governo brasileiro tem papel fundamental e estratégico na
conferência, uma vez que o país é o maior produtor de tabaco e que criou
políticas próprias para o controle da comercialização do cigarro. “ Temos uma
tributação diferente para os derivados do tabaco, ações de saúde pública, e, ao
mesmo tempo, temos 600 mil famílias que dependem da cadeia produtiva, além de
exportarmos o nosso produto, gerando renda e empregos. Isso precisa ser levado
em consideração”, declarou Werner para o jornalista Guilherme Siebeneichler.
Com informações de Guilherme Siebeneichler / Jornal Folha do
Mate (RS)