A organização Pan-Americana da Saúde (Opas) avalia que o Brasil precisa de mais profissionais de saúde e que seria necessário distribuir melhor os médicos pelo país e evitar que eles deixem as pequenas cidades em busca de trabalho nos grandes centros.
Um exemplo disso é o Município de Baraúna (RN). Com 25 mil habitantes, a prefeitura está sofrendo para contratar médicos. O Prefeito Aldivon Nascimento, confirma que mesmo oferecendo salário de R$ 10 mil, duas equipes do Programa Saúde da Família (PSF) estão sem profissionais. “Isso afeta a população que fica sem atendimento e se sente à deriva na área da saúde”, afirma.
Para o prefeito existem poucas faculdades de medicina no país e poucos profissionais, e culpa a falta de estímulo para a formação de mais médicos. “O problema é realmente a demanda”. E ressalta que uma das soluções seria que a presidenta Dilma Rousseff sanciar projeto de lei aprovado pelo Congresso que obriga o recém-formado a passar pelo menos dois anos trabalhando em cidades com menos de 50 mil habitantes.
Em Janduís (RN), com 5 mil habitantes, o prefeito Salomão Gurgel, afirma que a falta de médicos é um problema constante, mesmo pagando o valor de R$ 13 mil para os profissionais. Mas os outros setores de saúde preventiva também preocupam o prefeito, principalmente pela falta de recursos nas prefeituras para garantir uma boa estrutura de trabalho. "O Governo Federal transferiu responsabilidades e não mandou os recursos. O Governo do Estado também deixou os municípios sozinhos nesta área", reclama o prefeito.
Emenda 29
Os prefeitos entrevistados pela Agência CNM defendem que o Congresso aprove o mais rápido possível a regulamentação da Emenda 29, que, segundo eles, prevê 10% do Orçamento da União para investimento em ações e programas de saúde, “O que aumentaria o valor dos repasses para os Municípios investirem em saúde preventiva” conclui Salomão Gurgel.