De Norte a Sul, mudanças climáticas preocupam Municípios

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CNM
Nos últimos dias, Municípios de Santa Catarina voltaram a sofrer com a forte chuva que atinge o Estado – até esta quinta-feira, 15 de setembro, 74 Municípios catarinenses decretaram situação de emergência. No Estado vizinho, Rio Grande do Sul, a chuva deste mês contrasta com a estiagem que preocupou centenas de prefeitos no primeiro semestre deste ano. Na mesma época, do outro lado do País, mais chuva: o Norte e o Nordeste também sofreram com as enchentes.

Esta semana, na Região Sul, os problemas tendem a aumentar. Uma nova frente fria chega ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira e uma segunda frente é esperada para o fim de semana. Segundo especialistas, a passagem destes dois sistemas vai provocar mais chuva nos Municípios gaúchos e catarinenses. Os temporais podem atingir as áreas que já foram alagadas na semana passada.

A situação é crítica pois não houve tempo suficiente para que o nível dos rios baixassem antes de receberem novas precipitações. A chuva esperada deve causar novos transbordamentos. Como consequência, prefeitos de diversas partes do Brasil têm procurado a Confederação Nacional de Municípios (CNM) para relatar esta preocupação. 

“Estas catástrofes naturais em todo o País revelam a importância da presença de prefeitos e gestores municipais nos debates sobre mudanças climáticas da I Cúpula Amazônica de Governos Locais”, afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
De acordo com Ziulkoski, o encontro pretende reunir dois mil gestores na capital do Amazonas, Manaus, entre os dias 7 a 10 de outubro. Além deste tema, um dos primeiros a serem discutidos, especialistas brasileiros e estrangeiros debaterão a inclusão da Amazônia nas negociações de mudanças climáticas. 
“A cúpula é uma oportunidade única para que gestores conheçam os itens que pautarão a agenda do Meio Ambiente nos próximos anos. É responsabilidade dos Municípios entender como conciliar desenvolvimento sustentável e econômico”, explica Ziulkoski.
Cinturão Verde
Além da Região Sul, alterações no tempo também são verificadas em outros Municípios do País. Na área conhecida como Cinturão Verde, formada por 73 Municípios paulistas, mais prejuízos foram registrados: o volume de chuva superou o dobro do esperado para setembro e o armazenamento hídrico do solo atingiu o nível máximo.
Em Franca, Itapeva, Piracicaba e São Carlos, por exemplo, houve erosão e danos às estradas rurais. As áreas de cultivo de legumes e a colheita de cana-de-açúcar foram prejudicadas. A chuva também dificultou a colheita do café, cebola, mandioca e tomate em Garça, Jarinu, Cafelândia, São José do Rio Pardo, Presidente Prudente, Mogi-Mirim, Engenheiro Coelho, Piedade, Atibaia, Monte Alegre do Sul, Sumaré, Itapeva e Riberão Branco.
Represa de Guarapiranga
Localizada ao sul do Municipio de São Paulo, a represa atingiu o seu maior nível em 26 anos. Em 14 de setembro de 2008, por exemplo, tinha 53,8% de sua capacidade, número que subiu para 93,5% no mesmo período deste ano. A razão, explicam meteorologistas, é o volume de chuva de 2009 acima da média, sete vezes maior que em setembro do ano passado.
Para fazer a limpeza da represa, o Município utiliza dois barcos especiais, com esteiras e pás para recolhimento e rolagem da sujeira, além de canhões de água para soltar o material preso à vegetação.

Com informações de O Estado de S. Paulo
Fonte: CNM – Confederação Nacional dos Municipios