Saúde – Nova Gripe: doença preocupa Municípios de fronteira

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O vírus da nova gripe, Influenza A – H1N1, foi considerado pandemia – epidemia presente em um grande nível geográfico – pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, ainda não há mortes, mas o número de infectados cresce a cada dia, segundo dados do Ministério da Saúde. Diante desta quadro, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) faz um alerta aos gestores municipais, principalmente para os Municípios que fazem fronteira com outros países onde o vírus se espalha rapidamente, como a Argentina, por exemplo. Para a CNM os gestores devem monitorar a saída e a entrada de pessoas no solo brasileiro.

Segundo a Confederação, os Municípios podem evitar a proliferação do vírus intensificando as ações de vigilância sanitária municipal. Informar a população sobre os perigos de ir e vir entre os países sem cuidados especiais é outro exemplo para evitar a ascensão do número de infectados pela nova gripe.

Em São Gabriel (RS), localizado na região de fronteira com a Argentina, a doença é uma preocupação para todos os habitantes. De acordo com o secretário geral de governo, Robson Gonçalves, o Município tem quatro casos confirmados no dia 23 de junho pelo Ministério da Saúde. “Somente estes foram confirmados, mas o total de pessoas tratadas pelo Município é de 23 casos. E nós acreditamos que todos eles estão com a doença”. Os pacientes estiveram em contato direto com uma jovem que dias antes viajou em excursão para Argentina. A menina de 14 anos está internada em estado grave em um hospital em Santa Maria (RS).

“Nós tivemos de suspender as aulas no colégio onde a jovem estuda. Pedimos aos colegas dela que ficassem em repouso em casa para evitar maior número de infectados. Todos os pacientes estão recebendo acompanhamento médico”, conta Robson. Os moradores estão informados da confirmação do caso e alguns usam máscaras para proteção adquiridas pela prefeitura.

Situação de emergência

São Gabriel decretou situação de emergência na segunda-feira, 22 de junho. Os gestores estão preocupados com a quantidade de pessoas doentes e com a rapidez com que o vírus se espalhou na região. “Não tinha como não decretar emergência. Precisamos prevenir e optamos por pecar pelo excesso e não pela omissão”, conclui o secretário. Reuniões fechadas como missas e festas estão proibidas no local.

Robson Gonçalves lembra que outros Municípios, como por exemplo, Uruguaiana (RS), Porto Xavier (RS), Porto Lucena (RS), São Borja (RS) e Foz do Iguaçu (PR) incentivem a população a aderir a uma reclusão voluntária. “Os moradores podem contribuir para que não haja mais contaminação com a nova gripe. É preciso atenção”, alerta.

Os funcionários da área de saúde da região estão atendendo os pacientes em casa. Para isso, conta Robson, os agentes têm que fazer hora extra para monitorar a todos. Os medicamentos foram enviados pela secretaria de saúde do Estado.

Novo caso

Nesta quarta-feira, 24 de junho, foi conformado mais um caso da gripe no Rio Grande do Sul, no Município de Bagé. Há ainda oito casos suspeitos no Município. Todos eles estiveram recentemente em Buenos Aires, capital Argentina.

Casos no Brasil

O Brasil tem atualmente 344 casos confirmados da nova gripe. Ao todo, 16 Estados apresentam algum paciente sendo tratado e monitorado. O Ministério constatou que a maioria dos infectados manifestaram os sintomas após visitas a países como México, Estados Unidos e Argentina. Apenas, 16 pessoas foram contaminadas no Brasil. O país aguarda ainda o resultado do exame de 159 com suspeita da doença.

São Paulo é o Estado com maior número de casos da gripe (110), seguido por Santa Catarina (32), Rio de Janeiro (30), Minas Gerais (25), Distrito Federal (13), Rio Grande do Sul (sete), Espírito Santo (seis) e Tocantins (quatro). Paraná e Mato Grosso têm três casos, Goiás e Bahia têm dois e Rio Grande do Norte, Alagoas e Maranhão têm um cada.

Um número de atendimento está disponível para tirar dúvidas sobre a doença. Basta ligar para  0800-611997.

Influenza A – H1N1

A gripe causada pelo vírus A – H1N1 teve o primeiro caso registrado no México, depois nos Estados Unidos e vem se alastrando em outros países de outros continentes. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de contato com secreções respiratórias de humanos infectados, assim como uma gripe comum. O nome ‘gripe suína’ foi dado por causa da origem do vírus, vinda de porcos.

Autoridades da OMS afirmam que ingerir a carne de porco – ou derivados – não representa risco de contaminação.

Os sintomas são: febre alta – maior que 38ºC – de maneira repentina, tosse podendo estar acompanhadas de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e dificuldade respiratória. Quem apresenta os sintomas e esteve até 10 dias antes em países infectados, ou aqueles que tiveram contato próximo com casos suspeitos devem procurar um hospital.

No mundo, o vírus Influenza A – H1N1 infectou 52.160 pessoas. As mortes somam 231, em um total de 99 países. As fronteiras com a Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai estão sendo fiscalizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  Passageiros que desembarcam em portos e aeroportos em Municípios de fronteira terão de preencher um formulário contendo informações sobre a saúde.

A OMS considerou a nova gripe como pandemia por causa da maneira com que ela se espalha nos países, e não pela periculosidade do vírus.

Fonte: CNM – Confederação Nacional de Municípios