Em entrevista concedida a Rádio CBN, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, destacou a queda nos valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2009. Ziulkoski apresentou dados levantados pela CNM sobre as transferências do Fundo aos Municípios do Rio de Janeiro. A entrevista vinculada nesta quinta-feira, 4 de junho, foi comandada pela âncora e cientista política, Lúcia Hippólito.
A jornalista iniciou a entrevista informando que, dos 98 Municípios do Rio de Janeiro, 14 deles não irão receber a complementação prometida pelo governo federal para repor as perdas nos cofres municipais. A exclusão é explicada pelo aumento dos coeficientes populacionais desses Municípios, que neste ano receberam mais de FPM em relação a 2008. O Rio de Janeiro recebe 2,6% do montante total do FPM de todo Brasil.
O presidente da CNM apontou a queda nominal de 6% no FPM do Rio de Janeiro, apesar da recuperação nos valores enviados às prefeituras em maio deste ano. Após ser questionado pela apresentadora sobre as perdas do Rio de Janeiro com a redução dos impostos formadores do FPM, Ziulkoski defende: “Os Municípios tem uma dependência maior no caso desse Fundo [FPM]”. Para o presidente, alguns Municípios cariocas recebem Royalties, porém outros se sustentam com o FPM.
Durante a entrevista, Paulo Ziulkoski alertou os gestores sobre os próximos repasses. A estimativa é a redução do Fundo para os próximos meses. “Os piores meses do FPM são julho e agosto. E ainda há a soma da renuncia fiscal, além da a crise que afeta o país e a questão histórica sazonal”, completa.
Atuação do governo federal
A avaliação do governo federal na ajuda aos Municípios, segundo Paulo Ziulkoski, é favorável. “Ele
[governo federal] está garantindo o mesmo valor que foi arrecadado o ano passado. Eles prometeram e agora estão cumprindo de manter os R$51 bilhões e 300 mil [total do FPM de 2008]”, conclui.
O problema dos gestores municipais é em decorrência da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com Ziulkoski, os prefeitos vão ter de mexer no orçamento anual das prefeituras. Pois, no ano passado, os gestores se basearam na estimativa da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para compor o orçamento. Para a STN o FPM de 2009 seria equivalente a R$ 58,5 bilhões, “quando na verdade ele não passará de R$ 50 bi”, reforça o presidente.
Confira
aqui a entrevista completa
Fonte: CNM – Confederação Nacional de Municípios