Senador destacará emenda da CNM que compartilha CPMF com municípios

  • Post author:
  • Post category:Sem categoria

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) quer aprovar, no Senado, uma emenda à proposta que prorroga a CPMF. O objetivo é compartilhar parte da arrecadação do chamado “imposto do cheque” para as prefeituras usarem no Programa Saúde da família. A proposta, subscrita pelo senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), destina R$ 4,1 bilhão por ano ao programa, já descontada a Desvinculação das Receitas da União (DRU), anunciou, nesta terça-feira, em entrevista coletiva, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Mesmo reconhecendo a dificuldade de aprovar a emenda, Ziulkoski, acha importante trazer à tona o debate e esclarecer que, quem realmente, executa esse programa são os municípios e não a União.

 

“No ano passado, a União repassou R$ 2,1 bilhões para o Saúde da Família, mas o custo total foi de R$ 7,5 bilhões. Ou seja, os municípios arcaram com a maior parte da despesa, R$ 5,4 bilhões”, explica.

Durante a coletiva, o presidente da CNM aproveitou para divulgar pesquisa que mostra o quanto cada um dos 5.562 municípios receberão caso a emenda da CNM seja aprovada. O Rio Grande do Sul, por exemplo, receberá R$ 276.518.576,91. A Paraíba, que passa por uma grave crise na saúde pública, contará com mais R$ 131.733.596,72. 

Paulo Ziulkoski criticou, também, o que chamou de “golpe do financiamento da saúde”. Trata-se da vinculação do aumento de verbas para o setor à prorrogação da CPMF, que está sendo debatida no Senado. “Houve um conluio com a conivência de muitos parlamentares da bancada da saúde”, disse o líder municipalista. 

Dia 31 de novembro, a Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação da Emenda 29, que dispõe sobre investimentos em saúde, determinando que, a cada ano, o valor destinado ao setor será igual ao valor do ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB), acrescido de um percentual que viria da CPMF. Originalmente, o texto previa a vinculação de 10% das receitas correntes brutas da União.

 

Segundo Ziulkoski, se a versão original da regulamentação tivesse passado, a saúde receberia, no próximo ano, R$ 13,5 bilhões.

 

Confira no quadro abaixo o resumo da proposta da CNM que partilha a CPMF:

 

UF

Interior

Capitais

Total

AC

        9.316.512,00

      11.860.184,81

      21.176.696,81

AL

      76.085.716,22

      20.590.598,63

      96.676.314,85

AM

      44.109.964,80

      11.860.184,81

      55.970.149,61

AP

        4.931.020,80

      10.542.386,50

      15.473.407,30

BA

    339.164.826,32

      26.355.966,25

    365.520.792,57

CE

    170.907.741,66

      41.181.197,27

    212.088.938,93

DF

                         

      11.530.735,24

      11.530.735,24

ES

      66.379.299,87

        6.588.991,56

      72.968.291,43

GO

    136.752.401,55

      13.836.882,28

    150.589.283,84

MA

    147.015.747,05

      20.590.598,63

    167.606.345,68

MG

    517.665.664,91

      19.766.974,69

    537.432.639,60

MS

      54.162.862,57

        7.906.789,88

      62.069.652,44

MT

      69.150.323,53

        9.224.588,19

      78.374.911,72

PA

    126.841.924,87

      23.061.470,47

    149.903.395,34

PB

    115.261.117,82

      16.472.478,91

    131.733.596,72

PE

    181.004.787,44

      26.355.966,25

    207.360.753,69

PI

      87.180.513,02

      16.472.478,91

    103.652.991,92

PR

    265.430.660,81

      13.342.707,91

    278.773.368,73

RJ

    110.574.333,58

      13.177.983,13

    123.752.316,71

RN

      89.203.416,50

      11.860.184,81

    101.063.601,32

RO

      26.440.473,60

      10.542.386,50

      36.982.860,10

RR

        3.014.582,40

      13.177.983,13

      16.192.565,53

RS

    265.976.190,41

      10.542.386,50

    276.518.576,91

SC

    153.833.637,64

        5.930.092,41

    159.763.730,04

SE

      48.444.175,93

        9.224.588,19

      57.668.764,12

SP

    535.260.312,70

      11.530.735,24

    546.791.047,93

TO

      45.891.792,00

      16.472.478,91

      62.364.270,91

Total

3.690.000.000,00

    410.000.000,00

4.100.000.000,00

 

 

 

 

 

 

 

 

Região

Interior

Capitais

Total

N

    260.546.270,47

      97.517.075,13

    358.063.345,60

NE

1.254.268.041,95

    189.104.057,85

1.443.372.099,80

S

    685.240.488,86

      29.815.186,82

    715.055.675,69

SE

1.229.879.611,06

      51.064.684,61

1.280.944.295,67

CO

    260.065.587,66

      42.498.995,58

    302.564.583,24

Total

3.690.000.000,00

    410.000.000,00

4.100.000.000,00

Fonte: Confederação Nacional de Municípios

Entenda o Programa Saúde da Família

O Programa Saúde da Família (PSF) é o principal componente das ações de atenção básica à saúde desenvolvida no Brasil. Ele é realizado por meio de equipes multiprofissionais que garantem à população, nos locais mais próximos das residências, a assistência básica e orientação sobre os cuidados com a saúde. O programa institui uma estratégia mais voltada para a prevenção, promoção e recuperação da saúde.

As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 (seis) agentes comunitários de saúde, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes. Quando ampliada, conta, ainda, com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Cada equipe multiprofissional se responsabiliza pelo acompanhamento de no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 habitantes.

A Portaria n. 650, de 28 de março de 2006 no seu artigo 1º define que o valor mínimo per capita do Piso de Atenção Básica – PAB, fração fixa (PAB fixo) corresponde a R$ 13,00 (treze reais)/habitante por ano.

No Programa é de responsabilidade dos municípios: a definição e implantação do modelo de atenção básica em seu território; a contratualização do trabalho – selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes; a manutenção da rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência); o co-financiamento das ações de atenção básica; a estimulação e viabilização da capacitação e da educação permanente dos profissionais das equipes, além da alimentação dos sistemas de informação e avaliação do desempenho das equipes sob sua supervisão.

 Fonte: Agência CNM