Os municípios catarinenses já estão sentindo os efeitos sócio-econômicos causados pela gripe aviária, que apesar de não ter atingido o Brasil, há registros de focos da doença em vários países compradores de carne de frango do Estado. Com a queda nas exportações de aves, as agroindústrias catarinenses demitiram cerca de 300 trabalhadores e outros 1.000 empregados entraram em férias coletivas, segundo dados da Associação Catarinense de Avicultura (Acav). Por isso, a FECAM encaminhou hoje (3), o Ofício Pres.093/06 ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, solicitando rapidez na implantação do Plano Nacional de Controle e Prevenção da doença de New Castle e da Influenza Aviária, previsto na Portaria DAS nº 48, 17 de fevereiro de 2004, do órgão.
O propósito do programa de regionalização da avicultura brasileira é promover ações direcionadas à defesa sanitária animal, para que o Brasil permaneça livre da ocorrência de doenças e evite que a desinformação continue prejudicando as exportações catarinenses. A decisão de encaminhar o ofício ao governo federal foi deliberada na última reunião da FECAM com prefeitos e representantes das agroindústrias, que aconteceu no município de Xanxerê.
O programa prevê que o Estado ou grupos de Estados constituam circuitos pecuários (regiões) com controles próprios, autônomos e interdependentes, além da classificação dos estados por status sanitário em relação às doenças de Newcastle e Influenza Aviária.
Segundo o presidente da FECAM e prefeito de Governador Celso Ramos, Anísio Soares, com ações direcionadas à defesa sanitária animal, o Brasil e Santa Catarina continuarão livres de focos da doença. “Na última reunião, os prefeitos manifestaram apoio às agroindústrias no sentido de esclarecer a população bem como a mídia, sobre os efeitos da gripe aviária. Além de intensificar a divulgação do status sanitário em relação à doença, que também é previsto no plano”, defende.
Os municípios mais atingidos pelos efeitos econômicos são os das regiões oeste e sul, onde estão instaladas as agroindústrias em Santa Catarina. Para o presidente da Associação dos Municípios do Alto Irani (AMAI) e prefeito de Marema, Airton José Tedesco, os prefeitos estão apreensivos com os efeitos econômicos. “A arrecadação tributária está caindo a cada mês e a economia está parada”, diz.
Soares destaca que Santa Catarina já desenvolve um eficiente sistema de controle sanitário, com repercussões altamente positivas em relação à prevenção de outras doenças, como a febre aftosa, e acredita que os meios de proteção contra a gripe aviária terão êxito mais uma vez. “O Estado mantém um rígido controle, as agroindústrias são altamente desenvolvidas e estão adaptadas as tecnologias modernas, o que garante a viabilidade do sistema”, diz.
Segundo dados da Acav, em Santa Catarina a avicultura envolve 500 mil pessoas, gera 50.000 empregos diretos e garante a permanência no campo de 9.000 famílias rurais. Além do que Santa Catarina é responsável por 30% do total exportado pelo Brasil.
Fonte: Assessoria de Imprensa da FECAM |