Comitiva brasileira volta da Rússia com bons resultados para o setor fumageiro

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Os produtores de tabaco podem ficar mais tranqüilos: a comitiva que participou da Sexta Conferência das Partes da Conveção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 6), conseguiu mudanças no tratado assinado pelos representantes dos mais de 170 países presentes no evento,  que aconteceu semana passada em Moscou, na Rússia. O prefeito Beto Faria, que é vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), integrou a comitiva que defendeu os produtores.

A participação da comitiva foi muito importante para a defesa da cadeia produtiva do tabaco e geração de renda às muitas famílias produtoras. “Acreditamos que a nossa participação, a participação da comitiva brasileira, superou as expectativas. Os produtores de tabaco da nossa região os produtores de tabaco do sul do Brasil podem ficar tranqüilos que foram muito bem representados pela Amprotabaco, pelas federações dos trabalhadores na agricultura, pela federação da agricultura dos estados – tanto de Santa Catarina quanto do Rio Grande do Sul –  Afubra e Sinditabaco, manifestando o  interesse da família do produtor de tabaco do sul do Brasil”, avaliou o prefeito Beto Faria.

De acordo com Faria, o diálogo com o embaixador do Brasil na Rússia e as conversas que a comitiva tinha diariamente com a delegação, fizeram a diferença no final da COP6. A presença de três prefeitos e três deputados na comitiva, somados a manifestação da senadora gaúcha, Ana Amélia Lemos, e do senador catarinense Casildo Maldaner, contribuíram para que a comitiva conseguisse alcançar os objetivos. “Ficou garantido que não houvesse proibição ao crédito público, garantimos a participação dos produtores nas decisões de diversificação de suas propriedades. Quando falo de diversificação, não é substituição, não é reconversão. Continua a produção de tabaco, mas podemos agregar outras fontes de renda que possam trazer mais benefícios, uma melhor remuneração aos nossos produtores rurais e desta forma nós garantimos a participação dos produtores”, comentou o prefeito.

Uma das propostas da Cop 6 dizia respeito a criação de medidas para punir fumicultores e indústria por danos ambientais. Com a intervenção da delegação brasileira, esta proposta não foi aprovada pelos países que assinaram o tratado, cabendo agora a cada país decidir sobre como serão implementados os artigos da convenção em seus territórios, sendo respeitada a lei ambiental de cada parte. “ Os produtores eram tachados de pessoas que agridem o meio ambiente, que utilizam mão de obra infantil, e é totalmente diferente disso. São pessoas trabalhadoras que merecem o reconhecimento do governo brasileiro para que continuem produzindo qualidade, que continuem trabalhando para criar o sustento para suas famílias”, finaliza o prefeito.

 

Produção do tabaco

 

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de tabaco do mundo e o maior exportador mundial, segundo dados da Afubra. Na safra 2011/2012 o país produziu 745.360 toneladas de tabaco cru e 670.820 toneladas de tabaco processado, ficando atrás apenas da China, que nesta mesma safra produziu 2.400.000 toneladas de tabaco cru e 2.160.000 toneladas de tabaco processado. 

A produção brasileira está distribuída em 15 estados da federação, contando com o envolvimento de 180.075 famílias produtoras, responsáveis pelo plantio em 331.845 hectares de fumo. Estes dados dizem respeito a safra 2012/2013, que segundo a Afubra,  envolveu 2,2 milhões de pessoas. De acordo com a secretaria de Desenvolvimento Rural de Canoinhas, o município produziu mais de 14.400 toneladas de fumo durante a safra 2012/2013. A atividade envolve cerca de 1.800 produtores, que atuam nos mais de 6 mil hectares de área plantada de tabaco, curado nas mais de 2.400 estufas existentes no município.