O dia 2 de setembro foi um marco na história do Planalto Norte Catarinense. Neste dia a região se mobilizou, em um Seminário, para discutir os pontos cruciais para alavancar o desenvolvimento de toda a região. O evento foi realizado pela Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense – AMPLANORTE, na sede da entidade, no município de Mafra e contou com a presença do Ministério da Integração Nacional, Sebrae, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS e diversas entidades representativas da sociedade civil organizada. Durante o encontro grupos discutiram quatro eixos de desenvolvimento e elencaram o que se deve tomar como prioridade em cada área.
Durante o período da manhã algumas entidades manifestaram seu apoio ao evento e mostraram caminhos percorridos e a percorrer para atingir os objetivos.
Road shows
O diretor superintendente da Autopista Planalto Sul, Antonio Cesar Sass disse ter interesse na duplicação da BR 116, o que consequentemente vai aumentar o desenvolvimento e o tráfego. Sugeriu a realização de road shows em diversos estados para divulgar a região e se propôs a bancar os eventos. O analista do Sebrae Edgar Macedo Junior apresentou o relatório Município em Números, que reúne informações do IBGE, Sebrae, entre outros e compila em um só local dados importantes de cada cidade. A entidade já desenvolveu um plano para cada município da AMPLANORTE e fez um consolidado de informações com apresentação dos atrativos, números, rodovias, entre outras informações, que poderiam ser apresentadas nos road shows.
Políticas públicas
O diretor de articulação institucional da FECAM, Celso Vedana ofereceu os indicadores de desenvolvimento sustentável que a entidade possui, pois, a partir destes, é possível, na opinião dele, compor instrumentos para desenvolver políticas públicas com programas e ações para melhorar estes indicadores.
O presidente da AMPLANORTE e prefeito de Monte Castelo, Aldomir Roskamp desabafou que a região esta há muito tempo estagnada e desejou que o fruto plantado neste dia fosse colhido pelos filhos e netos dos presentes, “pois a região merece”, declarou.
O prefeito anfitrião, Roberto Agenor Scholze lembrou que este é um momento especial, de união entre os prefeitos e lembrou, parafraseando Ulisses Guimarães, que não há Santa Catarina rica enquanto houver bolsões de pobreza.
BR 116
Participando também da reunião a prefeita de são Cristóvão do Sul e presidente da Associação dos Municípios da Região do Contestado – AMURC, Sisi Blind expressou gratidão pelo convite e disse que este é o auge da integração entre as entidades, que já vêm trabalhando juntas em diversos pleitos, como a duplicação da BR 116. Para ela, a BR é uma veia que liga os municípios e deve haver luta permanente e conjunta na busca por um diferencial que dê sentido à existência. E finalizou: “o desenvolvimento se produz em conjunto”.
Marcia Helena Neves, gerente de desenvolvimento Econômico da SDS apresentou as ações da Secretaria no Estado.
Ministério da Integração
O Coordenador-Geral de Planos Regionais e Territoriais do Ministério da Integração, João Mendes da Rocha Neto enfatizou que o que sensibilizou o Ministério a abraçar a causa foi a união entre os prefeitos esquecendo os partidos políticos e pensando apenas no crescimento da região. Explicou um pouco sobre a nova Política Nacional de desenvolvimento regional que deve abranger também o Sul do país de forma igualitária às outras regiões. Apresentou os quatro eixos definidos pelos prefeitos como prioritários para serem estudados a fundo e, em um primeiro momento, desenvolvidos com o apoio do Ministério: Economia; Infraestrutura; Educação e Serviço Público, este último visto com muito bons olhos no Ministério, pois apesar de existir deficiência em todo o país e há muitos anos, não se propunha um estudo aprofundado para desenvolver o setor.
Definições dos eixos
No período da tarde, quatro grupos foram formados com os mais de 80 participantes. Cada um seguiu seu tema de interesse e foram apresentadas as prioridades que agora serão levadas ao Ministério e de lá virá uma proposta de trabalho para executar as ações, definindo o que é possível realizar e como proceder para desenvolver cada área.
Na economia foram levantados temas como bacia leiteira, erva mate, turismo, fruticultura, suinocultura e avicultura e, dentro destes temas, apontadas ações, como incentivo à produção e ao consumo diversificado, potencializar insumos locais, turismo rural, religioso, roteiros, fortalecimento de programas já existentes.
Em infraestrutura, as BRs 280 e 116 ficaram em evidência. Na primeira o pedido de requalificação e na segunda de duplicação. Também foi falado de marginais, acessos, trevos, rede ferroviária, rede elétrica, acessos a portos e gás natural.
Na educação o primeiro passo seria a definição de território, a instalação da Universidade Federal da Fronteira Sul, a união do IFSC, Senac, Sesi e outros atores voltados para o crescimento e a articulação com secretarias municipais para formação de mão de obra, além do financiamento destas pessoas qualificadas para que permaneçam na região. O grupo lembrou também das incubadoras, que devem ter suporte para conseguirem gerar empregos e permanecer na região.
Serviço público também foi muito discutido. Este foi o grupo formado pela maioria dos participantes, que pediram qualificação dos servidores; integração, nas prefeituras, das secretarias; fortalecimento dos consórcios de saúde e de infraestrutura. Falou-se em gestão por indicadores, programa administração tributária, escritório de projetos da AMPLANORTE, FATMA, entre outros assuntos.
Agora, com estes levantamentos, o Ministério da Integração Nacional vai montar uma proposta de trabalho que deve ser apresentada em novembro, com a participação da Secretária Adriana Melo Alves.