Noite de Autógrafos da obra “Um trem para Leontina” emociona presentes
“Uma luta de heróis anônimos em busca da justiça e da verdade”. Assim Romeu Gomes de Miranda resumiu a história do romance “Um trem para Leontina”, de sua autoria, cuja noite de autógrafos aconteceu na última sexta-feira, 26 de abril, na Biblioteca Pública Municipal “Profª Alzira Maria do Valle”. A cerimônia, revestida de muita emoção, foi prestigiada por professores, escritores, vereadores e familiares do autor. Romeu é mafrense, filho de ferroviário e mestre em Filosofia da Educação na PUC de São Paulo.
Em sua fala relatou momentos da história da Guerra do Contestado, na qual os municípios de Mafra e Rio Negro estavam inseridos e ainda falou sobre o seu romance. “Digo que Mafra deve sua existência a um sem número de anônimos, mortos em combate, perdidos por aí, sem uma sepultura digna”, destacou, referindo-se aos que sucumbiram durante a revolta. Ao doar um exemplar para a biblioteca municipal afirmou: “aqui entrego um volume da obra para o acervo da Biblioteca Pública e, assim, minha dívida com o município está paga, porque Mafra já me deu muito ouro”, declarou. Explicou que não poderia esquecer sua cidade natal para o lançamento de “Um trem para Leontina”. “Tenho lançado meu livro por aí afora, mas enquanto não lançasse em Mafra, minha alma estaria inquieta”.
Apoio aos esfomeados e esfarrapados
O romance, que iniciou a partir de um conto, relata a história de Leontina, vítima de estupro ainda na adolescência, transferida para trabalhar na estação de ferro em Joaçaba. Durante as atividades que desempenhava, comoveu-se com a violência e o sofrimento dos “esfomeados e esfarrapados”, cujas perseguições vitimaram mulheres e crianças inocentes. Não podendo dar as costas a tanta injustiça, assumiu uma posição em defesa daqueles que lutavam por seus direitos. Ao se envolver diretamente na disputa, “Leontina era chamada não só para resolver pendências e problemas das mulheres e crianças. Os homens também passaram a chamá-la para resolver problemas da guerra e do convívio”, destaca parte do livro. Ao explicar seu envolvimento na questão do Contestado, Leontina relata em carta aos pais, que queria ajudar aquele povo que “só quer ter o direito às terrinhas de onde tiram o seu sustento”.
O livro cita o Rio Negro e suas margens, o Batalhão Ferroviário, as cidades vizinhas Mafra e Rio Negro que participaram da guerra, o Monge João Maria e o respeito e devoção dos jagunços por ele, cita ainda a professora Cristina Ulhmann e lembra a época dos exames de admissão do colégio Barão de Antonina, entre outras memórias do autor.
Ilustre filho de Mafra
A Diretora de Cultura de Mafra, Eliane Villa Lobos Strapasson destacou que “Mafra tem muitos filhos ilustres e o Sr. Romeu é um desses filhos que muito orgulha sua terra natal”. Ela agradeceu em nome do Executivo Municipal pela obra, “a qual demonstra seu respeito e reconhecimento com a história e seu amor por Mafra”.
A Noite de Autógrafos foi uma ação da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura, através do Departamento de Cultura com apoio dos funcionários da Biblioteca Municipal de Mafra, que homenagearam o autor com uma lembrança. Contou com os seguintes parceiros: Associação Amigos da Cultura Mafrense, Escola de Idiomas KNN, a musicista Maria Izabel Foohs Heuko e a Câmara de Vereadores de Mafra.