A cada dez minutos um paciente é atendido na Unidade Municipal de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Canoinhas. Todos os meses, em média, são realizados pela equipe de saúde, 4.500 atendimentos. Para atender aproximadamente 150 pessoas por dia, 40 funcionários atuam na unidade em regime de plantão.
Há dias, no entanto, que estes números crescem. No plantão do último sábado, por exemplo, a equipe realizou 167 atendimentos. “Sendo que foram 10 ocorrências trazidas pelos Bombeiros e oito pelo Samu. Tivemos ainda um internamento para UTI, quatro tomografias de crânio e atendemos uma vítima de arma de fogo. São pacientes que demandam tempo e esforço de toda a equipe em algumas circunstâncias. Afinal, estamos salvando vidas nestes atendimentos”, explica a coordenadora da unidade, a enfermeira Renata Carlon.
Pacientes trazidos pelo Corpo de Bombeiros ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegam a UPA por uma entrada diferente daqueles que procuram a unidade por conta própria. “Estes atendimentos da equipe ocorrem nos ‘bastidores’. O público que está aguardando atendimento na sala de espera não tem acesso a essas cenas. Não sabe, de fato, o que está acontecendo. Não imagina que naquele momento existe uma equipe inteira se esforçando para salvar uma vida. Por não nos enxergarem trabalhar, acham que não estamos trabalhando quando na verdade estamos tentando salvar as pessoas”, desabafa Renata.
A enfermeira lembra que nenhuma outra unidade básica de saúde atinge essa média mensal de atendimentos médicos. E é para acolher da melhor maneira possível cada paciente que a UPA trabalha com a chamada “classificação de risco”. Pacientes que apresentam risco de morte são prioridade e são atendidos imediatamente. Quem apresenta prioridade média, baixa ou mínima será atendido também, mas conforme a demanda e a disponibilidade da equipe.
Neste ano, o tempo de espera para atendimento foi reduzido e também não tivemos falta de médico na unidade (são dois por plantão). “Também não temos intervalo na troca de plantão. Os plantões são uma continuidade. Há rotatividade de pessoal em esquema de turnos para organização do processo de trabalho e isso inclui a troca de plantão que é um momento importantíssimo em que os profissionais ‘entregam’ os pacientes aos seus colegas de trabalho. Tarefa que exige concentração, diálogo, troca de informações e tempo”, explica Renata. No sábado, por exemplo, os médicos chegaram às 19h. Havia cinco pacientes em observação. Em meia hora os médicos que estavam trabalhando passaram as informações sobre os pacientes para os que chegaram – este tempo é recorde tendo em vista as necessidades de cada paciente.
A demora em casos de média, baixa ou mínima prioridade é aceitável pelos protocolos de atendimento. Ainda assim, a secretária de Saúde, Alexandra Lavina Iglikowski lembra que se os pacientes se sentirem prejudicados no atendimento podem formalizar queixa junto à secretaria. “Tivemos pouquíssimas reclamações neste ano denunciadas oficialmente. A partir delas apuramos os fatos e tomamos as medidas cabíveis. É assim que estamos conseguindo melhorar o atendimento na UPA”, destaca. A UPA realizou, em 2017, mais de 22 mil atendimentos.